À procura
por Henrique Matos É meio de tarde, é verão, nesse instante estou sozinho em uma casa. Inquieto com tantas coisas, resolvi separar alguns minutos para refletir no silêncio, ouvir os detalhes, acalmar o espírito ultimamente tão agitado. No primeiro instante ouvi o canto dos pássaros que brincavam no quintal, sorrateiros, voando baixo rente à grama, passaram como o vento e partiram lá para ao longe. E foi só, desde então reina o silêncio, o calor e minha inquietude teimosa. Rompida somente, tempos depois, pelo zumbido chatíssimo de uma mosca que se atreve a invadir a sala e, imitando os pássaros, voar baixo rente ao meu ouvido que se irrita e incomoda e coça e se enche. Vai e volta a mosca barulhenta e eu já não acho boa a idéia desse silêncio contemplativo... Achei, no início desse fim de semana prolongado, que o simples fugir da cidade grande para o campo, me faria desligar das tantas coisas do dia a dia, do trabalho, da vida. Eu queria é me esvaziar um pouco de mim mesmo e viver um ti