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Mostrando postagens de outubro, 2003

Sinal vermelho

por Henrique Matos Eu seguia para casa, era fim de tarde, ainda não estava completamente noite, mas também não era possível dirigir com os faróis desligados. O tempo estava fechado, começo de primavera com cara de inverno. Minha única vontade era chegar logo em casa, tomar um banho e descansar. Estava voltando do trabalho, acabara de entrar no início da última avenida que dá acesso à minha rua, ela é longa, beira um riacho que cruza parte da cidade e como tantos outros nessa capital - a Grande São Paulo é repleta desses rios – é também poluído, morto, fétido e feio. Parei com meu carro em um semáforo, portas travadas, vidros fechados e a atenção voltada para qualquer movimento suspeito. Andar por essas ruas atualmente requer cuidado e vigília, não se pode vacilar. Não notei nenhum “movimento suspeito”, mas pude observar algo diferente. Através do vidro cuidadosamente fechado (mas que não protege efetivamente de nada) eu via um homem na calçada, me parecia um mendigo, também parecia est