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Mostrando postagens de julho, 2005

Uma manhã em Londres – O amor nunca falha

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por Henrique Matos Londres, 7 de julho – O Big Ben marca 9h15 na capital britânica. Nos primeiros números da Woburn Place, dois guarda-chuvas estavam abertos naquela calçada, aguardando pelo ônibus das 9h21. No primeiro deles, um garoto sonolento, com seus onze anos, pequeno e magro, levando nas costas uma mochila encardida e no braço um livro escolar. No outro, protegendo-se da garoa com um guarda-chuvas estranhamente florido, um homem moreno, bigode grosso e com seus trinta e tantos anos também esperava o transporte chegar. No horário previsto surgiu então na esquina o veículo vermelho de dois andares e parando no ponto, recolheu os passageiros. Os assentos, praticamente ocupados, deixavam apenas dois lugares livres. O garoto se adiantou, ocupou o assento perto da janela e acenou para o homem: - Sente-se aqui – ofereceu convidativo – guardei o lugar para o senhor. O homem, com o rosto sério, aceitou o convite mas não disse nada. Ele parecia um bocado inquieto, vestia um casaco grosso

O Evangelho do Desencapetamento e uma dúvida cruel

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por Henrique Matos Uma dúvida me tomou nas últimas semanas e sem ter com quem partilhar - além dos já cansados ouvidos de minha amada e paciente esposa - "arresolvi" trazê-los para esse espaço. Pois é que, diante dos atentados que aterrorizam o mundo nos últimos anos, leio que alguns estudiosos alertam para o perigo do preconceito por parte do ocidente contra as comunidades árabes ao redor do planeta e principalmente, uma generalização de sentimentos discriminatórios para com os muçulmanos. Sabe-se que os aderentes dessas seitas e grupos terroristas são uma parte menor no total de 1,5 bilhões de muçulmanos no mundo todo, mas que de toda forma, essa reação global defensiva atinge e dificulta a vida de outros milhares de inocentes que acabam por carregar a culpa sobre as atrocidades de outros. E nesse cenário, o que se recomenda aos líderes religiosos é que se defendam, expondo seu sentimento de repúdio aos ataques, mobilizando suas comunidades e combatendo a pregação criminosa

Ensaio sobre intercessão

por Henrique Matos - Nunca pensei em criar minha filha assim, mas se Deus quiser, eu vou vencer. Depois de alguns minutos, foi essa a frase que me derreteu por dentro e fez com que eu perdesse a concentração na leitura e prestasse atenção àquelas palavras tímidas e rápidas do desconhecido sentado à minha frente. Seu olhar parecia perdido em todo o movimento das pessoas e no pequeno espaço do vagão de trem, mas parecia encontrar um refúgio quando olhava para a menina de 7 ou 8 anos brincando do seu lado, alheia a tudo o que lhe acontecia e à sua preocupação desabafada. E era nessas horas que ele soltava sem querer um sorriso feliz, que parecia meio engasgado no meio de tanta preocupação. Dos poucos e confusos instantes em que estive com Evaldo (seu nome foi a última coisa que descobri), saí pensando na lição de vida que tinha acabado de receber e no que eu poderia escrever sobre sua história. Mas aí percebi que não valia a pena lição ou texto algum, eu precisava mesmo era cumprir a prom