Uma manhã em Londres – O amor nunca falha
por Henrique Matos Londres, 7 de julho – O Big Ben marca 9h15 na capital britânica. Nos primeiros números da Woburn Place, dois guarda-chuvas estavam abertos naquela calçada, aguardando pelo ônibus das 9h21. No primeiro deles, um garoto sonolento, com seus onze anos, pequeno e magro, levando nas costas uma mochila encardida e no braço um livro escolar. No outro, protegendo-se da garoa com um guarda-chuvas estranhamente florido, um homem moreno, bigode grosso e com seus trinta e tantos anos também esperava o transporte chegar. No horário previsto surgiu então na esquina o veículo vermelho de dois andares e parando no ponto, recolheu os passageiros. Os assentos, praticamente ocupados, deixavam apenas dois lugares livres. O garoto se adiantou, ocupou o assento perto da janela e acenou para o homem: - Sente-se aqui – ofereceu convidativo – guardei o lugar para o senhor. O homem, com o rosto sério, aceitou o convite mas não disse nada. Ele parecia um bocado inquieto, vestia um casaco grosso