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Mostrando postagens de junho, 2004

A teologia Peter Parker

por Henrique Matos   (3º texto da série "Plantar e Colher - Princípios Bíblicos") Peter Parker ilustra de maneira brilhante (bem, nem tanto) um aspecto teológico ligado à nossa cultura cristã. Apesar disso, seu nome verdadeiro não é tão famoso quanto seu alter-ego. Para quem não conhece os super-heróis das histórias em quadrinhos, Peter Parker é o garoto conhecido por Homem Aranha, cujo primeiro filme estreou em 2002 e a continuação deve ser lançada ainda esse ano. Um resumo dessa história. Peter Parker é o mocinho. Ele é um adolescente desajeitado e nada popular, até o dia em que é picado por uma aranha e adquire super poderes como: força, agilidade, grudar nas paredes e soltar teias (também poderosas) que lhe permitem ser um Tarzan na grande metrópole em que vive. Mas Peter só passa a ser um herói efetivamente no dia em que descobre os seus poderes e neles, a essência de seu propósito de vida: ajudar as pessoas. Outra história. João José da Silva é o mocinho. Ele é um adole

O mundo cinza

por Henrique Matos   (2º texto da série "Plantar e Colher - Princípios Bíblicos") Você consegue sentir falta de algo que não existe? Sente, por exemplo, saudades de uma pessoa que não conhece? E se o mundo fosse feito diferente? E se Deus o tivesse criado sem as belezas, recursos e maravilhas naturais, você sentiria a ausência desses elementos? Não. Pense nas coisas que você gosta nessa terra. Talvez cachoeiras, praias com seus mares verdes e areias finas, a beleza dos oceanos, as florestas com cada palmo de sua terra, flora e fauna. O céu azul, as nuvens brancas e todo o universo desconhecido que está acima de tudo isso. A água que sacia a sede, o sabor de cada fruto e cada alimento. Imagine por um segundo que tudo isso não exista, que Deus tenha criado um mundo estritamente funcional, onde não haveria dia ou noite, sol, lua ou estrelas, o céu seria simplesmente cinza. Nos alimentaríamos de um único e suficiente elemento, talvez um "maná" que saciaria toda nossa fo

Dia D

por Henrique Matos Acho que vou chorar. Creio realmente que naquela hora, ao ouvir meu nome, vou sentir um arrepio me subindo pelas espinhas, um aperto de dentro para fora em meu coração que não me deixa pensar em outra coisa, um calor que derrete o gelo e a frieza em meu interior e faz vazar aquele líquido salgado que escorre de dentre os olhos pelas bochechas e embaça minha vista, trava meu nariz, me deixa avermelhado e impede que com clareza eu enxergue o que tanto sonhei. Aliás, com ou sem lágrimas, nem sei se conseguirei olhar diretamente em Seus olhos. Penso que minha primeira atitude será, cabisbaixo, parar diante de Sua glória revelada como uma criança envergonhada, me dobrar calmamente, ajoelhar aos Seus pés em silêncio e fazer algo que nunca ao menos mereci: humilhar-me diante dEle e mostrar minha admiração e honra. Nada se pode imaginar a respeito da mente e da criatividade de Deus. Não sabemos como será o tal momento, os detalhes, a decoração, o ambiente, a aparência dos an

Série: Plantar e Colher

Vamos iniciar nessa semana uma série de textos com o tema "Plantar e Colher - Princípios Bíblicos". São assuntos e mandamentos para a Igreja do Senhor que estão explícitos nas Escrituras Sagradas, mas que algumas vezes são negligenciados em nossos estudos e, infelizmente, práticas. O propósito dessa série é buscar nos ensinamentos de Deus alguns “frutos” que devemos colher. Lembrando que, não se colhem frutos prontos antes, porém, uma semente precisa ser plantada. Os textos serão postados todas as segundas-feiras, a começar por hoje, com a mensagem abaixo: "Conscrito". Pax!

Conscrito

por Henrique Matos   (1º texto da série "Plantar e Colher - Princípios Bíblicos") “Jovem, ao completar 18 anos, exerça sua cidadania, aliste-se no Serviço Militar Brasileiro”. A locução do comercial não muda, todo rapaz finda sua adolescência, ao mesmo em que treme pela expectativa em tirar sua carta de motorista e pilotar livre seu potente quatro rodas, teme ao pensar na possibilidade de ser convocado a servir o exército. Alguns (poucos) até gostam. Gostam de dirigir e também do exército. São aqueles malucos que eu via cruzar toda a fila e dizer: “Sou voluntário”. Eu confesso que não entendia um gesto como esse. Entrar para o exército é, segundo o julgamento de muitos, assinar o atestado de humilhação. Armas, disciplina, acordar cedo, obediência, postura, aptidão física, todos esses são pontos com os quais nunca tive muita afinidade. Ser soldado no quartel é ser um peão nas mãos de grandes jogadores. Eles te manipulam, mandam “pagar dez” flexões (como eu tinha medo disso), j

Saudades da minha Facit

por Henrique Matos Facit! Esse era o nome da máquina onde aprendi a datilografar. Datilografia era curso essencial para se conseguir aquele concorrido emprego de contínuo no banco. Fora do curso, confesso que datilografei a máquina algumas raras vezes. As teclas são pesadas, o barulho é chato e ela não vem com kit multimídia para se ouvir uma boa música enquanto o texto é criado. Mas isso não é o pior, nenhum dos modelos disponíveis, me permitem apertar o “Backspace” tantas vezes para apagar, corrigir e incluir novas palavras (como fiz aqui, nesse exato instante) e nem disponibilizam os famosos “Ctrl+C” e “Ctrl+V” que me fazem ter uma pontinha de afeto pelas grandes marcas de computadores. Posso parecer um dos antigos quando falo de máquinas de escrever, saudosistas que rejeitam os avanços tecnológicos e sofrem para entender que para se desligar o computador é preciso apertar o botão “Iniciar” (e isso até eu não entendo). Sou um adepto e fã dessa invenção, armazeno minhas músicas, escr

Não posso viver sem mim

por Henrique Matos “Amarás a teu próximo como a ti mesmo” (Mateus 22:39 NVI). Gosto de pensar nas coisas que posso fazer às pessoas que amo. Festejar aniversários e datas especiais. Aprecio cada comemoração com minha esposa, preparar-lhe algumas surpresas, levar flores, dar presentes sem ser algum dia específico, criar situações novas pelo simples prazer em ver estampada em seu rosto a sua expressão mais bela: o sorriso. Posso facilmente ama-la e também aos meus familiares, meu pastor, amigos e irmãos queridos. Creio que eu consiga ama-los assim como amo a mim e acredito também que faço a eles as mesmas coisas que eu gostaria que fizessem comigo (e também não lhes fazer as coisas que não gosto). Mas me sinto bastante fraco ao pensar se realmente consigo amar, como amo a mim, aos meus inimigos. Jesus disse: "Mas eu digo a vocês que estão me ouvindo: Amem os seus inimigos, façam o bem aos que os odeiam” (Lucas 6:27 NVI) e continuou: “Como vocês querem que os outros lhes façam, façam

Dentro da gaiola

por Henrique Matos Shake e Micci dividem o mesmo quintal há anos. Dois cachorros, uma amizade sincera, um senso de proteção de pai para filho (do primeiro para o segundo). Shake é muito esperto, apesar de vira-lata, é também um cão de guarda legítimo. Quando jovem matava gatos, ratos, pombas e tudo quanto quisesse invadir seu território. Às vezes o soltávamos, saía então pelo bairro por algumas horas e voltava sozinho para casa. Já o Micci... bem o Micci. Um mestiço de Husky Siberiano, bonitinho, meigo, engraçado, mas digamos que tem um QI um tanto baixo. Andei pesquisando, o Husky Siberiano está na 45ª posição no ranking de inteligência das raças caninas. Ao contrário de Shake, que passeava pelas ruas do bairro e voltava horas depois descansado e feliz, quando abríamos o portão para o Micci dando-lhe enfim a liberdade que reclamara com seus latidos ardidos, ele parava no limite da porta, exatamente na fronteira entre a garagem e a rua, avançava com a cabeça para o lado de fora e latia