A genialidade da loucura

por Henrique Matos

Dois cientistas das universidades de Oxford e Cambridge estão sugerindo que Albert Einstein e Isaac Newton sofriam da síndrome de Asperger, uma espécie de autismo que gera interesses obsessivos e causa deficiências em habilidades sociais e de comunicação. Apesar de ser impossível fazer um diagnóstico em pessoas mortas, os cientistas estudaram a personalidade de ambos e alegam que possuiam personalidades características desse tipo de deficiência.

Poderíamos perder algumas linhas abusando do discurso botequeiro de "porque esses caras perdem tempo fazendo pesquisa inútil quando o mundo está em guerra?" mas para confessar a fraqueza, digo que li essa notícia pela manhã e incomodado, resolvi escrever a respeito. Só não sei bem certo o que.

Mas de que importa afinal? Da mesma forma ninguém sabe se Einstein ou Newton realmente eram autistas. E se fossem de fato, talvez nem eles mesmos soubessem. Mas a vida é assim, aqui estão os "loucos", que vieram para confundir os "sábios".

A loucura, a demência, a busca de nós, "homens normais" em encontrar fraquezas nos "gênios" e mostrar de alguma forma, seus desméritos, suas desvantagens. Identificar afinal, alguma razão para suas conquistas. Para nós, os não-autistas, sempre deve haver uma explicação racional para as coisas, um motivo claro e mapeado para tudo o que não é comum, vago, inexplicável.

De que vale a busca pelo autismo de Einstein ou de Newton se aá tanta gente "normal" nesse mundo, saudável e de consciencia sã fazendo burrada por aí. Ah, se tivessemos pelo menos um tanto desses outros autistas na administração pública.

Os judeus crucificaram a Cristo porque não puderam crer que aquele homem, comum, pobre e feio pudesse ser o Deus ressurreto, o messias profetizado nas Escrituras. Não tiveram fé para crer na verdade e foram cegos a ponto de não ver Deus em sua plenitude... e carne.

Quem sabe não nos falta um pouco de "autismo" para ver o invisível e para pensar em coisas ainda não explicadas, como o fizeram com a Gravidade (de Newton) ou a Relatividade (de Einstein).

O próprio Einstein certa feita, declarou que a medida que lia e estudava, ele acreditava ainda mais na existência de Deus. Talvez porque Ele (Deus), por misericórdia e graça permitiu a um autista deficiente comprender um pouquinho da Sua "fórmula" e genialidade.

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