Não posso viver sem mim

por Henrique Matos

“Amarás a teu próximo como a ti mesmo” (Mateus 22:39 NVI).

Gosto de pensar nas coisas que posso fazer às pessoas que amo. Festejar aniversários e datas especiais. Aprecio cada comemoração com minha esposa, preparar-lhe algumas surpresas, levar flores, dar presentes sem ser algum dia específico, criar situações novas pelo simples prazer em ver estampada em seu rosto a sua expressão mais bela: o sorriso.

Posso facilmente ama-la e também aos meus familiares, meu pastor, amigos e irmãos queridos. Creio que eu consiga ama-los assim como amo a mim e acredito também que faço a eles as mesmas coisas que eu gostaria que fizessem comigo (e também não lhes fazer as coisas que não gosto). Mas me sinto bastante fraco ao pensar se realmente consigo amar, como amo a mim, aos meus inimigos. Jesus disse: "Mas eu digo a vocês que estão me ouvindo: Amem os seus inimigos, façam o bem aos que os odeiam” (Lucas 6:27 NVI) e continuou: “Como vocês querem que os outros lhes façam, façam também vocês a eles. Que mérito vocês terão, se amarem aos que os amam? Até os 'pecadores' amam aos que os amam” (Lucas 6:31-32 NVI).

Mas... o quanto amamos a nós mesmos?

De que forma nos relacionaremos com aqueles a quem amamos se não nos amamos da maneira certa? Antes de praticar o nosso amor para com os outros, precisamos pensar no amor que temos para conosco. Não de uma forma egoísta ou pessoal, mas no aspecto que cabe aos nossos relacionamentos. Precisamos fazer uma análise do nosso temperamento, nossos hábitos e a personalidade que desenvolvemos.

Se somos intolerantes, exigentes e perfeccionistas em nossas práticas pessoais, como podemos achar que agiríamos de maneira diferente com os outros? Se temos um comportamento acomodado, negligente e desleixado, igualmente não serviremos às pessoas como quer o Senhor. Indo mais a fundo, tendências suicidas, baixa auto-estima, egoísmo, ciúmes, inveja, preguiça e some-se aqui também todos os frutos da carne que Paulo descreve em Gálatas 5. Se temos isso dentro de nós, o que ofereceremos aos outros?

“O homem bom tira coisas boas do bom tesouro que está em seu coração, e o homem mau tira coisas más do mal que está em seu coração, porque a sua boca fala do que está cheio o coração" (Lucas 6:45 NVI).

Antes de tomar alguma atitude para "demonstrar amor ao próximo" devemos pensar se essa "ajuda" realmente condiz com “amor”.

Para seguirmos a Jesus e o amarmos acima de todas as coisas (o primeiro mandamento), precisamos renunciar a nós mesmos e nos preencher de Seu amor. Só então, mais parecidos com Jesus e entendendo melhor o nosso próprio coração, poderemos obedecer ao segundo mandamento do Senhor: amai-vos.

Como você tem se tratado? O quanto e como você se ama? Isso é reflexo de sua comunhão com Deus e o melhor exemplo da atitude que tem com as pessoas. Se seu coração está cheio de Deus, então é amor que você terá a compartilhar, mas se está afundado em angústia e dor, você na verdade precisa é de ajuda.

É amor que precisamos ter e praticar. Nossas vidas devem ser reflexo da glória e do caráter do Senhor, em todos os sentidos.

Pense em como o Pai tem nos tratado ao longo dos anos, Ele nos renova com Sua misericórdia e bençãos. O Senhor nos dá tudo quanto precisamos e não cobra preço por isso. Na verdade Ele pagou um alto preço por nós, com Seu sangue. E Ele o fez de graça, sem interesse algum, incondicional. Sua única vontade é ver uma coisa, algo que por opção Ele não controla... um gesto, uma expressão, um sentimento, uma atitude de: redenção, voluntária redenção.

“Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho perverso, e guia-me pelo caminho eterno” (Salmo 139:23-24 Almeida Atualizada).

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