Por que morrem os homens?

por Henrique Matos (Parte 1 de 3)

Pessoas morrem. Vemos idosos partirem porque seu tempo enfim chegou. Ouvimos sobre os doentes nos leitos de hospitais, os acidentes casuais e rotineiros, o câncer que consome a força humana.

Alguns, enganados pela mentira, buscam motivos para a própria morte. Assim são os suicidas que põe fim à vida por razões nulas, como os terroristas e homens-bomba que entregam-se a um “deus” a fim de gozarem a recompensa de uma eternidade premiada.

Outros tantos morrem assassinados, de forma que chocam e fazem brotar grandes interrogações em nossas mentes, como os judeus vitimados no holocausto nazista, o povo perseguido pelo comunismo soviético, crianças mortas pela violência urbana, as vítimas de chacinas e homicídios ao redor do mundo, os soldados que partem para a guerra sem saber o que lhes aguarda.

Pessoas nascem. Pessoas morrem. Todos os dias.

Morrem de fome, sede, em desastres, guerras, doenças e desgraças. Tiram a própria vida. Tiram a vida dos outros. Os que matam já não se incomodam, matam por prazer, por crueldade ou por ganância. Ignoram a dor da família deixada, da imagem gravada no coração que arde de saudade.

Felizmente o cristão tem em sua existência uma certeza: a de que, em Cristo, a vida é eterna e que nossa estada nesta terra é passageira. Jesus disse ao Pai enquanto intercedia por nós, antes de partir: “Eles não são do mundo, com eu também não sou” (João 17:16). A morte, em teoria, não nos preocupa. Mas a vida, ao contrário, deveria nos deixar alertas.

O que plantamos neste mundo reflete o fruto que colheremos na eternidade. Esse é o tempo de semear o que esperamos viver na glória. E o que temos feito a respeito da vida? Deus criou o homem para ser eterno, mas também o fez livre para escolher. E um único “câncer” foi responsável pela proliferação da doença em que o mundo se encontrava antes de Jesus: o pecado.

“Portanto, da mesma forma como o pecado entrou no mundo por um homem, e pelo pecado a morte, assim também a morte veio a todos os homens, porque todos pecaram” (Romanos 5:12). No instante em que Adão tomou aquele fruto nas mãos e comeu, nosso ancestral abria uma porta em sua vida, que traria condenação a todos os homens. Assim é o pecado, tumor maligno que nos consome.

Deus o havia alertado dizendo que morreria se comesse daquele fruto. E assim foi, Adão desobedeceu, a desobediência o levou ao pecado e o pecado à morte. Mas não a morte que vemos hoje, da carne, da matéria natural que apodrece e se acaba. A morte para Adão foi a ausência de Deus, o distanciamento da essência da Vida, a pior morte, a morte espiritual. Estar morto espiritualmente é respirar sem ter o ar, é estar vivo mas sem fôlego. É estar longe de Deus. É doloroso.

E depois disso, o Criador observou Seu povo perecer, geração após geração, distantes e perdidos na escuridão. Então, cansado de ver a criação perdida, Deus se fez carne e morreu no lugar daqueles que tanto amou.

“Pois se muitos morreram por causa da transgressão de um só, muito mais a graça de Deus, isto é, a dádiva pela graça de um só homem, Jesus Cristo, transbordou para muitos!” (Romanos 5:15).

Mas Ele, que morreu por cada um de nós, também quer que morramos para Ele. Não a morte física, nada de sacrifícios, tampouco religiões. É de outra morte que Deus fala. Ele pede que morramos voluntariamente para aquilo que, segundo Seu propósito, já não existe mais para nos condenar. Jesus quer que deixemos o pecado, a desobediência e os sofrimentos.

E mesmo sabendo que não merecemos, Ele ainda nos permite ouvir Suas promessas, que declaram: Morra para si mesmo e eu te darei a vida eterna. Tenha-me como Pai e eu te chamarei de Filho. Olhe para mim como seu Deus e eu lhe darei um novo coração, cheio da minha presença. Traga seu sofrimento a mim e eu te darei alívio. Não te criei para morrer, mas para ter vida, e vida abundante.

Jesus morreu, como homem na cruz e como Deus sacrificado. Morreu de graça, pela graça. Vitorioso. E falamos tanto disso que nos esquecemos do fim da história: que a morte não pôde vencê-Lo. E Ele ressuscitou dentre os mortos. E Ele nos fez livres para a eternidade ao Seu lado. E tendo feito isso, Ele ainda nos deixou a escolha de estar ao Seu lado na eternidade ou continuar distantes, de caminhar para a morte ou ser erguidos para a vida, uma nova vida.

Porque a morte já não prevalece. Ele morreu pelos homens.

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